Viver em um país onde (quase) tudo funciona
Não tem preço morar em um lugar você paga seus impostos e vê retorno. A começar pelo fato que, a proporção do dinheiro pago ao governo é justa e todos sabem o destino. Taxa para transporte público? Educação? Saúde? Todos pagam e podem usar, livremente, sem distinção de classe social. E não só isso… Os impostos realmente vão para as melhorias e não para o bolso das pessoas. Claro que existem casos isolados onde isso acontece, mas há sempre punição. A verba vai embora, mas volta de maneira ainda melhor. Mesmo que você more anos em um país e veja que há problemas grandes dentro dele, eles nunca serão nem metade dos que enfrentamos no Brasil.
A diferença social é mínima
“País rico não é aquele em que pobre anda de carro. É aquele e que o rico anda de transporte público.” Essa frase diz tudo! Aqui na Europa o nível social das pessoas é praticamente o mesmo. Claro que existem pessoas milionárias enquanto vemos mendigos na rua, principalmente depois da crise há uns anos, mas não é nada comparado com o que estamos acostumados no Brasil. Aqui o famoso “subemprego” que é ser faxineira, atendente de loja, babá, passeador de cachorro, entre outros, é um emprego tão digno quanto um gerente de banco, uma jornalista ou um médico.
Os salários são correspondentes aos pisos e quaisquer que sejam as profissões, elas são valorizadas e nenhuma delas é “sub”. Ninguém te olha feio ou com preconceito (e nem te mandam se vestir de branco), se você tiver cuidando de uma criança. Todo mundo é igual. Classe média ou alta pega o mesmo metrô porque ele é bom; faz compra de mês completa no mercado porque o preço é justo e adequado; tem direito à diversão, pois aqui tudo é acessível, e por aí vai. Vir morar na Europa é ser igual a todos e ter direito igual à saúde, alimentação, transporte público e educação.
Cidadão do mundo
Quando você se muda, por quaisquer motivos, você aprende novas culturas e olhares sobre o mundo. Tudo é diferente: pessoas, gastronomia e descobertas. Como disse anteriormente, europeu não é muito sociável, mas os outros estrangeiros estão na mesma situação que você e querem fazer amizade.
Quando morei na Inglaterra, fiz amigos do Japão, de Angola, do Chile, da Coreia do Sul… E nessas amizades, a troca cultural é enorme. Aprendi coisas que jamais aprenderia lendo na internet ou em manuais. Precisei viver, conversar, rir, chorar, beber e viajar com essas pessoas para descobrir que no fundo, somos todos os mesmos, mesmo que a cultura seja completamente diferente.
Além de tudo que se aprende no dia a dia, o aprendizado embarca com você sem esforços. Estudar um, dois, três idiomas é uma delícia! Te faz crescer, enriquecer e amplia sua noção do mundo! E dessa forma, não é nenhuma tortura, não é mesmo?
Aprender a se virar
Aqui na Europa, e acredito que grande parte do exterior, não tem as “mordomias” que temos no Brasil. Empregada doméstica diariamente ou frequentar centros de estética é coisa de milionário. Quem tem cozinheira particular ou chofer, ganha extremamente bem. Aqui se paga uma taxa enorme se você pede para entregar o supermercado ou o móvel em casa. E para montar o sofá ou instalar a internet? Absurdo!
Todos esses serviços são caros e são apenas utilizados por pessoas muito ricas. Como disse, por essas bandas de cá todo mundo tem o mesmo nível de vida e isso significa abrir mão de alguns itens de “luxo” que no Brasil é comum. Mas há um lado bom nisso tudo: você aprende a se virar e percebe que há coisas que você pagava no Brasil por pura preguiça de fazer ou aprender a fazer.
A limpeza do apartamento é sua responsabilidade e você começa a ver que passar um paninho não cai a mão. Fazer a própria unha e depilação com ajuda de tutorais do Youtube também não é tão ruim… Lavar e passar roupa não é uma tragédia. Ir e voltar do mercado de metrô e cozinhar a própria comida é mais gostoso do que pedir para alguém fazer algo que talvez não te agrade… Enfim, a gente se adapta e percebe que somos capazes de aprender, fazer, montar e economizar uma grana em serviços.
Comprar produtos que no Brasil eram caros ou não existiam
Chegamos à parte que os brasileiros amam: as compras. Ir ao mercado, às lojas e feiras aqui na Europa são de pirar o cabeção! Os preços dos produtos aqui são justos e os impostos não são absurdamente caros como no Brasil. Um iPhone, um tênis, um computador e até mesmo roupas tem um preço normal. Como já disse e repito, todos aqui tem o mesmo nível social e, portanto, as coisas são acessíveis.
Já os produtos que não temos no Brasil… Paraíso! Tudo prático, fresco, gostoso e barato! Você vai chegar e descobrir queijos maravilhosos, vinhos de alta qualidade, vegetais diferentes e doces incríveis que não custam nem a metade de um popular no Brasil. Com isso, descobrimos novos sabores, paladares, culturas e gostos!
Uma observação: aqui é muuuuito raro dividir algo em prestações, apenas quando o valor é realmente alto, como um carro. Portanto, as coisas são pagas à vista e, mesmo assim, todo mundo tem a possibilidade de comprar.
Mobilidade para viajar
Claro que não podia faltar a famosa facilidade de viajar pela Europa. Por ser tudo relativamente perto é possível visitar um novo país em um final de semana. Por exemplo, fui de Lyon à Turim e de Reims à Bruxelas, de carro, e cada viagem deu menos de 3 horas. Além das estradas serem boas, caso a opção seja alugar um carro, há aeroportos em muitas cidades e os trens levam a qualquer canto.
As promoções de bilhetes aéreos e ferroviários são frequentes e dá pra encontrar trechos de € 10, dependendo da época. Já para hospedagem, há opções baratinhas de hostels que são show de bola e é possível conhecer pessoas do mundo todo. Dormir em Paris e acordar em Munique, quem não quer?